Egípcios | História dos Deuses

Deuses Maiores

Deuses Maiores - Rá, Ísis e Set



Ísis

Filha do deus da terra, Geb, e da deusa do céu, Nut, Ísis tornou-se a deusa-mãe do Egito. Quando Osíris, seu irmão e marido, herdou o poder no Egito, ela trabalhou junto com ele para civilizar o Vale do Nilo, ensinando a costurar e a curar os doentes e introduzindo o conceito do casamento. Ela governou o Egito com sabedoria enquanto Osíris viajava pelo mundo difundindo a civilização. Ísis foi capaz de ressuscitar Osíris depois que Set o matou e retalhou. Ela ajudou a embalsamá-lo, preparando Osíris para a viagem até seu novo reino na terra dos mortos, tendo assim ajudado a criar os rituais egípcios de enterro. Ela manteve Hórus, seu filho com Osíris, em segredo até que ele pudesse buscar vingança em uma longa batalha que significou o fim de Set. A mágica de Ísis foi fundamental para ajudar a conseguir um julgamento favorável para Osíris. Suas habilidades mágicas melhoraram muito quando ela tirou proveito da velhice de Ra para enganá-lo, fazendo-o revelar seu nome e, assim, dando a ela acesso a um pouco de seu poder. Com freqüência, ela é retratada amamentando o filho Hórus.


Como uma das culturas agrícolas mais antigas e mais bem-sucedidas da Terra, os antigos egípcios deram ao seu deus sol, Rá, a supremacia, reconhecendo a importância da luz do sol na produção de alimentos. Os faraós do Egito acreditavam ser descendentes de Rá.

O nascer diário, a transição e a retirada de Rá impressionavam bastante os egípcios. Ao amanhecer, Rá era visto como uma criança recém-nascida saindo do céu ou de uma vaca celeste. Por volta do meio-dia Rá era contemplado como um pássaro voando ou barco navegando. No pôr-do-sol, Rá era visto como um homem velho descendo para a terra dos mortos. Durante a noite, Rá, como um barco, navegava na direção leste através do mundo inferior em sua preparação para a ascensão do dia seguinte. Em sua jornada ele tinha que lutar ou escapar de Apep, a grande serpente do mundo inferior que tentava devorá-lo. Parte da veneração a Rá envolvia a criação de magias para auxiliá-lo ou protegê-lo em sua luta noturna com Apep, ajudando-o a garantir a volta do Sol.

Posteriormente, durante o período do Egito antigo, Rá foi rebaixado ao ser forçado a revelar seu nome a Ísis, assim oferecendo a ela acesso a uma parte de seus poderes mágicos. Entretanto, apesar da elevação de outros deuses por alguns cultos, a veneração ao sol permaneceu suprema no antigo Egito. Com freqüência, Rá era associado a outras divindades para aumentar o prestígio delas, como Rá-Atum ou Amun-Rá.

Set

Irmão de Osíris, o deus que trouxe a civilização para o Egito, Set era também o deus da tempestade no Alto Egito. Set ficou com inveja de Osíris e trabalhou incessantemente para destruí-lo. Utilizando artifícios, Set prendeu Osíris em um ataúde que foi escondido no Oriente Médio. Quando Ísis encontrou Osíris quase sem vida, Set, furioso, o matou e cortou em pedaços que foram espalhados. Suas ações fizeram com que a maioria dos outros deuses se voltassem contra ele, mas Set achava que seu poder era inatacável. Hórus, filho de Ísis e Osíris, conseguiu matar Set, que acabou identificado como um deus do mal.

Set é intimamente associado a animais, como cachorro, crocodilo e escorpião. Ele é o deus do caos, do deserto e das terras estrangeiras. No Livro dos Mortos, Set é chamado "Senhor dos céus do norte" e é considerado responsável pelas tempestades e o mau tempo. A história do longo conflito entre Set e Hórus é vista por alguns como uma representação de uma grande batalha entre cultos no Egito. O culto vencedor pode ter transformado o deus do culto inimigo em deus do mal.
 

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Anúbis

Geralmente representado com a cabeça de um chacal ou como um cachorro negro, Anúbis foi associado aos ritos funerários. Sua mãe, Neftis, enganou Osíris, então governante do Egito, para dar-lhe um filho, já que ela não tinha filhos com seu malvado marido, Set. Quando Set derrubou Osíris, o bebê Anúbis foi escondido nos pântanos do Nilo para ficar protegido contra a ira de Set. Lá, ele foi encontrado por Ísis, que o adotou. Quando Osíris decidiu ir para o oeste a fim de governar o mundo inferior, Anúbis realizou o embalsamamento com a ajuda da magia de Ísis. Antes da ascensão de Osíris como comandante do mundo inferior, Anúbis era o principal guardião dos mortos. Ele continuou guardião sob o domínio de Osíris, guiando os mortos até o local do julgamento e ajudando-os a pesar suas almas.


Bast

Uma filha de Rá, Bast era a deusa do gato, considerado um animal sagrado no antigo Egito. Em geral, ela era associada à lua, talvez porque os olhos do gato podem brilhar sob o luar. Uma necrópole especial em seu centro de culto em Bubastis continha um número enorme de gatos mumificados. Juntas, Bast e Sekhmet, que tinha cabeça de leoa, mataram a grande serpente Apep que tentara engolir Rá e transformar o mundo em escuridão.



Hator

Uma deusa do céu e da fertilidade, Hator era retratada como uma vaca, uma mulher com a cabeça de uma vaca ou uma mulher com um adorno para cabeça feito de chifres de vaca e um disco solar. Ela pode ter sido filha de Rá, que conta com ela em vários mitos. Em outros mitos, ela e Sekhmet são retratadas como a mesma deusa. Hator era popular como a deusa do amor e estava associada a festivais de música e dança. A veneração a ela se disseminou por outras culturas próximas, embora seu nome tenha sido alterado.


Hórus

Filho místico de Ísis e Osíris, ele foi criado em segredo nos pântanos do Nilo para evitar que fosse descoberto por Set, que havia matado seu pai, Osíris. Quando adulto, procurou vingar seu pai e matar Set. Após uma longa disputa, na qual perdeu um olho, ele triunfou e sua recompensa foi o governo do Egito. Ele dedicou o olho perdido a Osíris e passou a usar uma serpente sobre a cabeça para substituí-lo. Depois disso, todos os faraós passaram a usar essa serpente como símbolo de autoridade e de sua capacidade de tudo ver e tudo saber.

"Hórus, touro forte, de coração forte como o filho de Nut, rei vitorioso! Ele estabelece suas fronteiras em todos os lugares, de acordo com sua vontade. Ele passa o tempo de lavra no Egito. Ele colocou a seus pés a terra do povo de Retenue quando caiu de suas árvores e destruiu suas cidades..." -- Estela de rocha por Qasr Ibrim nas encostas do Nilo


Neftis

Seu nome significa "senhora do castelo". Ela era outra filha de Geb e Nut e esposa do malvado Set. Como Set lhe negava um filho, ela enganou Osíris para gerar seu filho, Anúbis. Ela era associada a ritos funerários, alguns dos principais rituais no antigo Egito. Em geral, ela aparecia como uma mulher com ataduras de múmia para prender os cabelos.

"Neftis disse a Osíris Ani, cuja palavra é a verdade, Venho e te protejo, Ó irmão Osíris. Estarei junto de ti para proteger-te. Estarei junto de ti até o fim dos tempos. Por mim, Rá escutará os teus apelos, graças à minha ajuda triunfarás. Tu ressuscitarás. Tua palavra será a verdade quanto ao que foi feito a ti. Ptah derrotará teus inimigos e tu és Hórus, filho de Hator." -- o Papiro de Ani



Osíris

Tendo herdado o poder no Egito com a abdicação de seu pai, o deus Osíris ensinou a seus súditos como fazer ferramentas, cultivar a terra, produzir cerveja e compor músicas. Ele trouxe a civilização para o Vale do Nilo, instituindo leis e fundando a religião. Entretanto, seu irmão Set, com inveja, o enganou, exilou-o e, em seguida, o matou e cortou em pedaços. No entanto, Ísis, a esposa de Osíris, conseguiu juntar a maior parte de seu corpo e ressuscitá-lo. Renunciando à oportunidade de governar o Egito mais uma vez, ele optou por ir para o oeste, seguindo o sol, e governar a terra dos mortos. Como preparação para sua jornada e sua nova vida, Ísis o embalsamou. Daí em diante, os mortos vinham até Osíris para serem julgados e admitidos no mundo inferior, onde suas almas poderiam residir para sempre em segurança. O coração de cada suplicante era pesado em comparação com a pena da verdade. O julgamento final poderia ser influenciado por magia ou oferendas ao templo. A promessa de vida eterna era um atrativo poderoso e Osíris conquistou muitos seguidores. Em geral, ele é retratado preso em suas vestes de embalsamamento.


Ptah

O centro de culto de Ptah ficava em Mênfis, uma das cidades mais antigas do Egito, e sua importância aumentou à medida que a cidade se tornou a capital de muitas dinastias. Em geral, ele era representado como uma múmia de cabeça raspada segurando um cetro ou ferramentas de trabalho. Originalmente, ele pode ter sido um deus da fertilidade e, por algum tempo, foi considerado o criador de todos os deuses e práticas religiosas. À medida que a importância de outros cultos e deuses aumentou, ele se tornou protetor das artes e dos talentos, um criador de todas as coisas.



Sekhmet

Esposa com cabeça de leão de Ptah, ela era uma deusa da guerra e do calor do deserto, e seu nome significa "poderosa". Ela se tornou importante durante o segundo milênio a.C., quando os egípcios se envolveram em muitas batalhas para estender seus domínios, e foi uma força dominante no mundo. Os egípcios dessa era prontamente passaram a venerar uma deusa que era uma caçadora feroz. Junto com Bast, a deusa gato, Sekhmet destruiu Apep, a serpente do mundo inferior que tentara engolir Rá. Em um mito, ela foi enviada para combater aqueles que achavam que Rá estava ficando fraco. Ela foi tão eficiente em difundir a destruição que Rá teve que enganá-la, fazendo-a beber de um lago algo que parecia ser sangue, mas que era, na verdade, cerveja tingida com suco de romã. Sekhmet ficou intoxicada e a humanidade foi salva.


Tot

Patrono do aprendizado e da invenção, Tot era o deus líder da cidade de Khmun e um escriba divino. Ele atuou como um advogado leal e correligionário de Osíris, defendendo-o contra as acusações de Set, auxiliando Ísis a ressuscitá-lo como senhor do mundo inferior, ajudando a manter Hórus escondido de Set até que esse chegasse à idade adulta, para, por fim, ajudar Hórus a reaver sua herança. Tot então ajudou Osíris a registrar os atos passados de todos que procuravam entrar no mundo inferior. Ele lia os resultados da balança quando os corações daqueles que buscavam admissão eram pesados em relação à pena da verdade. Tot ganhou importância à medida que as pessoas solicitavam sua ajuda para comprovar sua inocência na hora do julgamento. Os sacerdotes de Tot melhoraram sua reputação como mágico e afirmavam que ele tinha acesso a feitiços que lhe davam o domínio sobre o mundo natural e sobre os próprios deuses. Tot geralmente é representado com a cabeça de um íbis ou babuíno.

"Por isso virá Tot, dotado de palavras de poder em abundância e que deverá soltar os grilhões, até mesmo os grilhões do deus Set que prendem meus lábios." -- Do papiro de Ani


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